E por falar em vulnerabilidade…

Prepare seu café e deixe-me compartilhar uma pequena parábola chinesa chamada ” O vaso rachado “.

Havia uma senhora idosa que carregava água em dois grandes vasos: uma era perfeita e o outro tinha uma rachadura. Por anos, ela levava esses vasos para buscar água todos os dias, mas o vaso rachado sempre chegava com metade da água, pois vazava pelo caminho. Um dia, o vaso rachado pediu desculpas por sua imperfeição, dizendo que estava perdendo o tempo da mulher. Então, ela lhe mostrou as flores que cresceram ao longo do caminho por onde ele passou, pois a água que vazava as regava. E se o vaso não tivesse essa rachadura, o caminho seria árido, e não teria essa beleza para apreciar.

Assim como o vaso rachado se via como falho, muitas vezes nos sentimos inadequados por causa de nossas próprias “rachaduras” invisíveis. Pedimos desculpas por nossas limitações ou por sermos vulneráveis ​​​​— por sermos humanos diante dos outros.

Pensar em nós mesmos como vasos nos oferece a oportunidade de refletir sobre a forma como nos moldamos ao longo da vida. Aqui, a proposta não é que seu caminho seja construído para os outros, mas sim que você se permita mudar e crescer dentro do seu próprio processo de viver. Nossas rachaduras contam histórias únicas que só nós conhecemos (e talvez nossas psicólogas também). Admitir que não somos perfeitos nos abre para a possibilidade de acolher nossas vulnerabilidades e, assim, enxergar as flores que crescem ao longo do caminho.

Eu não sei qual é a sua visão sobre vulnerabilidade (adoraria saber, então me mande uma mensagem depois!), mas quero oferecer uma perspectiva que a vê como um ato de coragem, de liberdade e de beleza.

Ser-nos vulneráveis ​​​​permite acolher nossas rachaduras, desenvolver autocompaixão e ser mais flexível diante dos obstáculos. Isso também nos ajuda a criar conexões mais autênticas e profundas. Pense em todas as vezes que você foi sincero mesmo em uma situação difícil e como isso impactou significativamente suas relações.

Um dos temas que mais levo para a clínica é o poder da vulnerabilidade, especialmente quando damos o primeiro passo para sermos honestos conosco e com os outros.

Por exemplo

Por exempo:

  • Quando uma mãe se permite chorar na frente dos filhos, crie um ambiente seguro para que eles também se sintam confortáveis ​​​​em expressar suas emoções.
  • Quando um casal tem conversas desconfortáveis ​​para construir uma relação mais sólida e verdadeira.
  • Quando nos permitimos olhar para as questões que nos machucam e cuidar delas com o amor e o carinho que merecemos.

Por isso:

  • Pratique a autocompaixão: Em momentos de vulnerabilidade, trate-se com a mesma gentileza que você ofereceria a um amigo.
  • Aceite suas imperfeições: Ninguém é perfeito. Reconhecer suas falhas pode ser o primeiro passo para o seu crescimento.
  • Converse sobre seus sentimentos: se abrir com alguém de confiança pode aliviar o peso das emoções e fortalecer as conexões.
  • Lembre-se de que vulnerabilidade é coragem: Ser vulnerável não é fraco, mas um sinal de que você está se permitindo viver plenamente.

Poderíamos ficar aqui por horas, mas o início da semana já está batendo na porta. Por isso, eu gostaria muito de dizer que:

A vida não é sobre sermos perfeitos, mas sobre considerarmos a beleza que surge de nossas imperfeições. Nossas rachaduras podem ser exatamente o que rega o caminho para algo mais belo. Que possamos encontrar a coragem de nos mostrar como somos e acolher as flores que surgem ao longo do nosso caminho.
 

Espero que esse tema que discutimos hoje leve uma reflexão sobre suas próprias vulnerabilidades com uma nova perspectiva. Combinado? 

Indicações da semana

Música: AmarElo – Emicida, Majur, Pabllo Vittar;

Filme: As Vantagens de Ser Invisível;

Série: This is us; Fleabag;

Livro: A Coragem de Ser Imperfeito – Brené Brown;

Ted Talk: O poder da vulnerabilidade – Brené Brown.

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