Ao pensar em um tema para essa semana, lembrei de alguns insights que tive nas minhas sessões de terapia. Depois de muitas sessões, comecei a refletir sobre algumas relações que marcaram minha vida, tanto no passado quanto no presente. Em algumas dessas relações, percebi a presença de inúmeros conflitos, nos quais, às vezes, eu transbordava minhas inseguranças para o outro, e, em outras, me via afogada pelas inseguranças alheias. Demorei a perceber isso – e na época, sem a ajuda da terapia (sem julgamentos aqui, ok?).
Nas relações afetivas, esses conflitos, dependendo do meu ponto de vista, muitas vezes pareciam não fazer sentido. Afinal, a insegurança era do outro, e o sentimento de culpa sempre surgia. Era difícil entender o motivo do conflito , já que parecia mais relacionado ao outro. Nessa confusão, a culpa podia surgir de várias formas: “O que está acontecendo que eu não estou entendendo?”, “Isso não faz sentido na minha cabeça, mas vou pedir desculpas para apaziguar a situação”, ou “Vou brigar porque realmente não faz sentido!”. (Qual seria a sua escolha?)
Além das minhas próprias experiências, também percebo essa dinâmica frequentemente em meus atendimentos clínicos.
Projetar inseguranças no outro é um mecanismo de defesa conhecido como “projeção“. Isso ocorre quando uma pessoa, ao invés de reconhecer e lidar com suas próprias inseguranças, as atribui ao outro – geralmente, a quem está mais próximo. É uma forma de evitar enfrentar nossas próprias emoções e pensamentos desconfortáveis, deslocando essa “responsabilidade” para o outro.
Um perigo, não é?
Para quem projeta, isso impede o autoconhecimento e o crescimento emocional, pois suas próprias questões internas não são enfrentadas. Para o outro, pode criar mal-entendidos, conflitos, desgaste na relação e, em casos mais graves, gerar traumas e novas inseguranças.
Exemplos Comuns
Exemplos comuns:
- Sentir ciúmes e acusar o parceiro de ser ciumento ou distorcer o que o outro fala para criar uma briga.
- Estar insatisfeito com o próprio trabalho e criticar colegas por falta de produtividade ou comprometimento.
- Lutar contra sentimentos de inadequação e apontar falhas nos outros para se sentir melhor.
Como Identificar
Como identificar:
- Autoconhecimento: Reflita sobre seus próprios sentimentos e pensamentos antes de reagir. Escrever sobre isso pode ajudar a esclarecer suas ideias.
- Responsabilidade Emocional: Reconheça que suas inseguranças são suas e não devem ser transferidas para os outros. Esse é um B.O. seu, e só você pode resolver.
- Psicoterapia: Busque apoio profissional para trabalhar essas questões de forma saudável. Nem preciso dizer o quanto isso é essencial, né?
Espero que o tema de hoje te inspire a refletir sobre suas próprias inseguranças, aquelas que podem estar escondidas debaixo do tapete. E que essa reflexão te ajude a construir relações mais saudáveis e leves.
Se você sente que precisa de ajuda para lidar com suas inseguranças ou melhorar seus relacionamentos, estou aqui para ajudar. Vamos trabalhar juntos nessa jornada de autoconhecimento?
Indicações da semana
Indicações da semana:
Filme: Cisne Negro – Este filme retrata a vida de uma bailarina que projeta suas inseguranças e medos em suas relações e na percepção de si mesma, levando a um desfecho intenso e psicológico.
Música: Creep (Radiohead) – A letra da música reflete sentimentos de inadequação e insegurança, sugerindo uma projeção desses sentimentos em como o protagonista vê os outros e a si mesmo.